terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Histórias do Paraná - Viva a diferença!

Histórias do Paraná - Viva a diferença!

Viva a diferença!
Ayrton Ricardo dos Santos

Há, na Avenida Cândido de Abreu, um terreno baldio, servindo, hoje, para estacionamento de automóveis.
Ali existia, até pouco tempo, um dos mais bonitos prédios da cidade: o Teatro do Trabalhador.
Construído no início dos anos 70, quando o engenheiro Mário de Mari presidia a Federação das Indústrias do Paraná. Projeto arquitetônico de Rubens Meister, garantia de beleza estética e funcionalidade.
Bastante recuado da rua, deixava espaço suficiente para os canteiros de um jardim com magníficas flores ornamentais e pátio amplo, para abrigar os carros dos freqüentadores.
A fachada principal, em vidro blindex, seguia-se espaçoso "hall" com piso de granito.
Entre as duas escadarias laterais em mármore branco, ficavam os sanitários com seus balcões e lavatórios também em mármore... Houve quem dissesse ser aquilo, um luxo a que os operários não se iriam adaptar... Ledo engano como Meister previa, ao argumentar com sabedoria e paciência:
- "Se não lhes dermos instalações convenientes, como irão aprender a usá-las?"
As escadas laterais davam para o auditório a cuja frente um palco enorme abrigava, inclusive, uma cancha poli-esportiva para torneios internos. O forro, de madeira nobre artisticamente trabalhada, permitia os espaços necessários para adequada iluminação indireta.
No auditório, amplo e arejado, dispunham-se poltronas estofadas, em couro vermelho.
Ao vê-las, alguém lembrou, apreensivo:
- "O Dr. Otávio Ferreira do Amaral Neto, quando exercia a Superintendência do Teatro Guaíra, confidenciou, certa vez, que precisava dispor de uma verba especial considerável para reparar estragos, cortes a canivete ou navalha nas poltronas do Guairinha, freqüentado pela fina flor da sociedade local..."
Durante seu funcionamento, até ser destruído por um incêndio, a 3 de junho de 1991, realizaram-se, no Teatro do Trabalhador, inúmeros e importantes eventos de toda a natureza; representações teatrais, encenações de peças infantis que faziam o deleite dos filhos de industriários, principalmente dos que freqüentavam os jardins de infância do Sesi; encontros de corais e de conjuntos musicais e os apreciadíssimos festivais de música popular brasileira, com o auditório sempre super lotado e o povão cantando e dançando na platéia as músicas executadas, no palco, pelos conjuntos musicais.
Um delírio!...
Em mais de 15 anos de atividade não houve registro de cortes, navalhadas ou danos intencionalmente causados nas poltronas, sanitários ou outras dependências do teatro...
E viva a diferença!...

Ayrton Ricardo dos Santos, Médico, foi superintendente do Sesi

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Histórias do Paraná - Um bilhete

Histórias do Paraná - Um bilhete

Um bilhete
Murilo Walter Teixeira

Um jovem moreno, blusão vermelho desbotado cujas mangas escondiam as mãos, entregou-me ali no canto da praça, próximo à Casa Paroquial, um bilhete rabiscado numa folha de papel almaço, dupla.
Escreveu nas páginas internas.
A medida que me deslocava pelo passeio do muro dos Padres, abrindo-o cuidadosamente, um cachorro com seus latidos estridentes me sobressalta deixando cair a folha de papel que teimava em seguir o vento, alojando-se no meio-fio.
Apanhei-a e vejam o que continha: "O manto divino lhe proteja e guie seus passos.
Estamos em apuros. O comportamento de meu pai está se tornando, além de ridículo, agressivo e incômodo. Não que ele venha a brigar ou injuriar quem quer que seja, mas, a maneira como se apresenta em público.
Veja. Trasanteontem, saiu de casa com meias de cores diferentes: vermelha e branca.
Sapatos, idem. No pé direito um tênis.
No esquerdo, sapato preto.
Guarda chuva aberto para se proteger do sol.
Luvas de couro. Ambas sem o dedo indicador e este envolvido com mercúrio.
Ridículo, pois quando cumprimentou uma vizinha, esta ficou estarrecida com aquele dedo "sangrando".
Ele riu, gostosamente. Mas, o pior.
Saiu com o calção de meu irmão do time lá da fábrica.
Aquelas pernas finas, brancas e compridas, além da indumentária esquisita, serviu de chacota e risos no bairro.
Porém, o impossível aconteceu domingo à tarde, próximo à Igreja, perto da cancha feita pela Prefeitura.
Havia um jogo de Voley com uma respeitável assistência.
Papai apareceu com mais três amigos e todos vestidos da mesma forma bizarra e esdrúxula.
Agora, conduzia uma sombrinha, chapéu de boiadeiro e chinelos diferentes.
Como deve imaginar, o alvoroço foi inevitável, atrapalhando a competição nos seus momentos mais decisivos.
Em casa permanece o dia todo assobiando a mesma música. Não dá, ninguém agüenta.
Quando não, aparece com um papagaio, tentando ensinar-lhe o Hino Nacional.
Diz ser para o desfile de sete de setembro.
Rogo-lhe suas orações e bênçãos.
Obrigada.
Desculpe a letra.
Maria".
Acho que houve um engano.
Era para o Padre, mas, acredito que pouco podia fazer, senão rezar.

Murilo Walter Teixeira, dentista em Guarapuava

domingo, 4 de dezembro de 2016

Histórias do Paraná - O espelho da Comendador

Histórias do Paraná - O espelho da Comendador

O espelho da Comendador
Suzi Mariano Gubert

Na década de quarenta, as duas primas freqüentavam as aulas do curso ginasial no Instituto de Educação do Paraná.
Moravam no Batei e seu caminho para a escola era a Rua Comendador Araújo.
Uma alta, bonita, cabelos longos, pele alva e pernas bem feitas. A outra, magrela, cabelos ralos, sem graça.
Porém, nada disso tinha importância para as duas estudantes.
Iam alegres e descuidadas, curtindo sua juventude, sem problemas, que de tudo achavam graça.
Desciam a rua saltitantes, competindo com muito cuidado, para não pisar nas pedras pretas dos pinhões e pinheiros desenhados no petit-pavet semi-novo das largas calçadas daquela rua. O movimento era muito pequeno e elas podiam vislumbrar de longe esses desenhos, tão paranaenses.
Iam devagar, correndo o risco de chegar atrasadas na aula.
Mas não havia pressa.
Mesmo sob a garoa gelada tão conhecida das pequenas curitibanas, ou sob o sol forte batendo em seus rostos, continuavam felizes e brincalhonas.
Uma paradinha aqui para roubar uma flor e levar para a professora, outra parada ali afim de olhar os pássaros que pulavam nos jardins dos grandes ca-sarões daquela rua.
Quando chegassem no colégio, com certeza teriam que enfrentar o olhar murcho e recriminante de Mr.
Higgnes, professor de inglês, tão velho que quase nada ouvia.
Ou pedir licença ao Dr. Eloy, professor de francês, paixão de todas as alunas, e que tinha o sorriso mais lindo da época.
Mas o que dizer do seu Osvaldo Lopes que dava aula de artes? Meu Deus, o homem era quase um Cristo.
Barba castanha bem tratada, dentes perfeitos, muito calmo, pele clara, e atrás de tudo isso aqueles profundos alhos azuis.
Seria ele o Cristo?
Entretanto, a aula mais animada, e na qual a gente tinha plena liberdade, era a de D. Josefa e D. Soledade, irmãs muito unidas que até davam aulas de música juntas.
Ali aprendemos todos os hinos que existem, e que até hoje não esqueci, apesar das aulas serem muito tumultuadas, por que elas não tinham muita autoridade com as alunas. A gente podia dar uma chegadinha na janela e até dar umas saidinhas da sala que as duas não viam.
O nosso caminho ficava mais importante quando chegávamos na esquina da Rua Visconde do Rio Branco, ali estava o momento mágico do trajeto.
Era aquele espelho na vitrine da Casa Glaser.
Alí paráva-mos para ver nossas imagens refletidas, imagens essas que quando nos íamos, elas vinham.
Nossas caras ficavam retorcidas, as cabeças e pernas tortas.
Isso para nós era o máximo.
Esquecíamos o horário das aulas, e quem passava não entendia o que as duas meninas estavam fazendo, rindo até as lágrimas, a ponto de não se importar com o belo pito que levariam de D. Laura, inspetora de alunas rigorosa e durona, de quem morriam de medo.
A loja ainda hoje lá está, mas o espelho não.

Suzi Marino Gubert, professora aposentada

sábado, 3 de dezembro de 2016

Histórias do Paraná - O problema era a comida

Histórias do Paraná - O problema era a comida

O problema era a comida
Cláudia Regina Kawka

Em 1937, chegaram à Colônia Gleba Orle, hoje situada no município de Arapongas, Norte do Paraná, várias famílias de imigrantes eslavos.
Eram poloneses e ucranianos que vinham para o Brasil em busca de terras e de uma vida melhor.
Vinham cheios de esperança, incentivados pela propaganda que era feita na Europa pela Paraná Plantations Ltda., depois Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, que era colonizadora de uma vasta região do Norte do Estado.
Aqui, os imigrantes poloneses achavam tudo bastante estranho.
Os costumes eram diferentes, o mato também, as comidas nem se fala.
Logo que desembarcaram do navio, ainda em Santos, foram levados para um hotel, onde a mesa já estava posta.
Os imigrantes olhavam para aquelas comidas brasileiras e ficavam espantados.
Como o cheiro era diferente! Todos continuavam de pé, ninguém se encorajava para sentar e comer.
Entre os pratos de comida havia várias garrafas com um líquido transparente.
Finalmente um dos imigrantes resolveu experimentar a tal bebida, crente que fosse pinga.
Pegou o copo, encheu e tomou tudo de um gole só, como se fazia na Polônia.
- Urgh! — exclamou — é água!
Tamanho espanto se explicava pelo fato de que na Polônia não se costuma beber água nas refeições.
Ou então quando foram experimentar caqui:
- Mas que tomate brasileiro ruim! Nem tem gosto de tomate!
E tomates eles também não comiam.
Eva Kawka, minha avó uma das imigrantes polonesas, não deixava que seus filhos comessem tomates, dizia que não prestava.
Isso porque na Polônia não era costume comê-los.
Os poloneses plantavam tomates, mas estes, quando maduri-nhos, serviam para enfeitar as janelas.
Por isso preferiam aquilo que comiam na Polônia, como por exemplo pierogui, barszcz (sopa de beterraba), etc.
Mas comiam também arroz, feijão, quirera de milho cozida, uma espécie de bolinho feito de feijão, etc.
Mas tarde quando começaram a criar porcos, a situação ficou mais fácil.
Quando alguém matava um porco, juntavam duas, três famílias e repartiam-no, cada qual comprando determinada parte.
Para conservar a carne, os poloneses fritavam os diversos pedaços junto com a banha e depois colocavam numa lata.
Assim ela se conservava por muito tempo, e eles iam retirando os pedaços conforme necessitassem.
Também compravam algumas vacas, quando era possível, para ter leite em casa.
Quando Estanislau Kawka, meu avô, foi comprar sua primeira vaca, descobriu que o proprietário estava indo embora para São Paulo e que estava vendendo também o seu sítio de cinco alqueires. O curioso era que o preço do sítio era praticamente o mesmo da vaca.
Então Estanislau voltou para casa e disse para sua esposa e filhos que não ia mais comprar a vaca, e sim o sítio.
Mas eles não concordaram de jeito nenhum:
- Onde já se viu comprar terra ao invés da vaca? Por acaso nos vamos comer terra?...
Como a maioria foi contra, ele acabou comprando a vaca mesmo!
Hoje, quantas vacas compraria com o valor de cinco alqueires das melhores terras do país??

Cláudia Regina Kawka, acadêmica de Historia da UFPR

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Histórias do Paraná - Perdidos na escuridão

Histórias do Paraná - Perdidos na escuridão

Perdidos na escuridão
Adil Calomeno

No início da década de 60, algumas empresas de ônibus faziam o transporte de passageiros entre as principais cidades do Paraná em veículos que venciam grandes distâncias por estradas sem pavimentação, envoltos em densas nuvens de poeira, ou enfrentando o frio e a lama quando chovia.
O avião, em bom ou mau tempo, possibilitava o deslocamento de pessoas com maior rapidez.
Operavam os Táxis-aéreos, BOA, RETA, TASUL, VICENTE, AMERICANO e outros que, com pequenos aviões monomotores, cruzavam sem cessar os céus do Paraná, atingindo os mais longínquos e precários campos de pouso.
As Empresas Aéreas que possuíam aviões bi-mo-tores, SADIA, VARIG, AEROVIAS BRASIL e REAL, mantinham linhas regulares entre as principais Cidades.
Sobrevoando o território paranaense com destino a Londrina, um Douglas DC-3 deveria lá pousar no final da tarde, se tudo transcorresse normalmente. O tempo estava bom e o vôo tranqüilo, apesar da previsão de trovoadas isoladas na rota.
Grandes nuvens cúmulos, parecendo enormes bolas de sorvete, proporcionavam um espetáculo de rara beleza.
No horizonte, bem distante, via-se uma imensa nuvem cúmulos-nimbos (CB), cuja base escura varria as extremidades num balé macabro e assustador.
Desviando pela esquerda — procedimento usual no hemisfério sul — acompanhando a direção dos ventos, o pesado avião entrou numa região de severa turbulência, com fortes ventos de rajadas.
Subia, descia e sacudia sem cessar.
Os comandos não obedeciam, parecia que as asas iam soltar-se.
Os passageiros gritavam apavorados. O Comissário de bordo, inexperiente, não conseguiu acalmá-los, dirigiu-se ao Comandante: "O que devo fazer para acalmar esta gente?"
- Em primeiro lugar, acalme-se.
Mande fixar bem os cintos de segurança, abaixar as cabeças, colocar as mãos sobre a nuca, fechar os olhos e rezar.
Mas, em silêncio! -gritou o Comandante.
Os minutos pareciam séculos.
As luzes se apagaram. O Radioperador gritou: "Os rádios estão em pane!" Mas ele trazia consigo um pequeno rádio de pilhas para escutar (corujar) os radioamadores. A noite caiu rapidamente.
Os motores soavam uníssonos, levando o avião a esmo para uma região escura e despovoada. A turbulência aos poucos foi reduzindo.
Embaixo, nuvens esparsas encobriam o terreno, permitindo ver, nos intervalos, as luzes de pequenos povoados.
Mais distante, à esquerda, havia uma região mais iluminada; era uma cidade que se descortinou, quando o avião atingiu um nível mais baixo. "Que cidade é essa? E Maringá?... Paranavaí, também não é. Aloísio, cadê o radinho de pilha?" Perguntava o Comandante ao Radioperador.
O avião voava em círculos para não se afastar da Cidade.
Aloísio sintonizou no seu radinho uma estação de rádio local.
Irradiava um programa musical.
Durante mais de meia hora irradiava músicas regionais com extensas dedicatórias às namoradas, primos, primas e toda a família, mas não citava o seu prefixo nem o nome da cidade.
Aloísio mudou para outra faixa e sintonizou a estação de um Radioamador. "Finalmente descobri! E Campo Morão", disse o Radioperador eufórico. "Estou ouvindo o PY5-QJ. Radioamador não falha, dá sempre o prefixo e a cidade.
Agora é só traçar no mapa o rumo para Londrina e rezar para não encontrar outro CB". Chegaram em Londrina sãos e salvos, cantando e dando vivas à tripulação.

Adil Calomeno, engenheiro civil e aviador

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Histórias do Paraná - Zé-Pequeno

Histórias do Paraná - Zé-Pequeno

Zé-Pequeno
Hosny Silva

Aos dez anos de idade, ainda lá em Morretes, já dominando o acordeão, dizia à mãe que ia tocar na igreja e se mandava para os bailecos da vida.
Nem a cachaça de banana, nem o barreado litorâneo conseguiram segurá-lo no rincão morreteano.
Seu espírito musical e boêmio trouxe-o para o alojamento curitibano.
Fosse no eixo Rio-São Paulo ou na Bahia, com certeza seria reconhecido como mais um músico que saiu do meio cultural para ingressar pela porta principal, no folclore brasileiro.
Zé-Pequeno não é mais um tocador de sanfona das noites do Parolim.
Hoje (1994), com 72 primaveras pelas costas, insiste em dar "canjas" pelos recantos notívagos de Curitiba.
Em cada um desses becos que se instala, sempre há um instrumentista, cantor ou compositor a lhe agradecer os ensinamentos e o apoio nunca negados.
Quem da noite fria e quase em surdina de nossa cidade vive, por certo tem alguma história a contar sobre o Zé-Pequeno.
Tanta é a sua importância nesse contexto, que já passou a fazer parte da lenda que o rodeia.
Nesses últimos anos, a figura imponente de seus quase dois metros de altura (apesar do apelido...) transitou nos quatro cantos da Cidade Sorriso: andou lá pelo extinto Frangão da Kennedy e por mais de uma dezena de outras casas noturnas, tendo, inclusive, pertencido ao grupo selecionadíssimo de artistas que o antigo Bar do Nilo - Sambas e Chorinhos teve a honra de contar em suas apresentações.
Andou também pelo Batei, pela Mateus Leme, chegando até a trabalhar em uma churrascaria, na qualidade de show-man, lá pelas bandas de Pinhais.
Correu a cidade inteira, com seu teclado, sua gaita de boca, seu violão, seu acordeão e sua categoria.
De coração e sorriso sempre abertos, tal qual um artista circense, ele engana, porém, a platéia que o admira.
Atrás de si, carrega o estigma da fatalidade.
Contudo, supera a sina e vai frente, com o apoio daquela santa que fica, dia e noite, lá no Capão da Imbuia, a lhe acudir o rebento enfermo e a lhe acolher madrugada adentro.
Prestar esse atributo ao musicista mais importante do Paraná do século XX, parece-me, todavia, mais que uma obrigação. E o resgate, ainda não tardio, de uma figura tão valiosa à historia paranaense como é a de Luiz Gonzaga para o Ceará, por exemplo.
Afinal, viver de música em Curitiba, persistindo por mais de meio século nessa pseudo-profissionalidade, é algo inatingível para a maioria de nossos conterrâneos.
Há uma profunda diferença, hoje, para quem observa o seu trabalho, do Zé-Pequeno de antigamente. O brilho foi substituído pela experiência.
Cada apresentação passou a se integrar à Historia.
Ele agora não precisa mais se fazer perfeito, zelar pelo primor da audição.
Agora, ele se mostra quase que por instinto, como se a música estivesse definitivamente embutida em sua vida.
Toca como nós respiramos.
Sem perceber.
O que se espera, nessa espécie de resgate, é a reverência não ao Zé-Pequeno atual, mas sim ao Zé-Pequeno de sempre!
Um derradeiro aviso: aos que não tiveram a oportunidade e o privilégio de vê-lo e de ouví-lo, ainda dá tempo.
Basta sondar a noite curitibana e perguntar por onde ele anda. Não é difícil achá-lo, pois ele não é nem um pouco pequeno. E um grande Zé!!!

Hosny Silva, cronista